Prefeitos do Alto Vale estudam a criação de consórcio de saneamento
Nos dias 21, 22 e 23 de novembro, um grupo de prefeitos do Alto Vale do Itajaí, acompanhados de lideranças políticas da região, do assessor ambiental e do secretário executivo da AMAVI, estiveram no Rio de Janeiro conhecendo tecnologias adotadas em obras de saneamento. O primeiro compromisso da comitiva foi a visita na empresa “Águas de Niterói”, concessionária responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto sanitário das cidades de Niterói, Campos dos Goitacazes, Petrópolis e outras, totalizando o atendimento a mais de dois milhões de consumidores. No dia 22, a delegação conheceu a Usina Verde, empreendimento privado que possui tecnologia para tratamento de resíduos urbanos com geração de energia. A usina possui capacidade para tratamento de até 150 toneladas de lixo por dia. Levando em consideração que nenhum município do Alto Vale possui tratamento de esgoto e que a Lei 11.445/07 determina que os municípios têm prazo até final de 2008 para regularizar o problema do saneamento, a AMAVI está estudando a possibilidade de criar a agência regional de saneamento, para gerenciar as discussões acerca do problema. Um dos objetivos da viagem foi conhecer as tecnologias existentes para tratamento do lixo e esgoto, para possivelmente, através de uma agência regional ou consórcio intermunicipal, se implantar obras semelhantes na região. Além do cumprimento a legislação, outra preocupação da AMAVI e dos prefeitos é o compromisso com as gerações futuras. O secretário executivo da AMAVI, Agostinho Senem destaca: “Precisamos pensar nos próximos 50 ou 60 anos e para isso devemos iniciar um trabalho de tratamento do esgoto, de destinação correta para o lixo e cuidar da água”. A empresa Usina Verde dispõe de capital financeiro para implantar unidades em qualquer cidade brasileira, desde que haja o compromisso da municipalidade na entrega dos resíduos a serem incinerados, pois o lucro da companhia é oriundo da energia produzida e dos créditos de carbono. Para implantação no Alto Vale, a empresa precisa da garantia de aproximadamente 150 toneladas/dia de lixo. Outra possibilidade apresentada pelos diretores da empresa, é a venda da tecnologia, que hoje custa cerca de 20 milhões de reais e os municípios envolvidos podem pagar com a energia elétrica gerada após o lixo queimado, a qual poderá ser comercializada. De acordo com o presidente da AMAVI, prefeito José Goetten de Lima, o próximo passo é a realização de um estudo de viabilidade para implantação da Usina Verde e de unidades de tratamento de esgoto no Alto Vale, através da formação de consórcios. “A idéia é trabalhar em conjunto, nossos municípios não têm estrutura para implantar obras semelhantes individualmente, vamos levantar números sobre a quantidade de lixo produzida diariamente na região e avaliar a melhor forma de tratar o esgoto”. Na avaliação dos prefeitos, as tecnologias conhecidas são viáveis à região, apesar dos altos custos. “Sabemos que os investimentos na área do saneamento são necessários e representam valores altos, mas a partir do momento que isso acontecer vamos economizar em outras áreas”, diz o prefeito de Rio do Oeste, Odenir Felizari. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, cada real investido em saneamento básico, representa uma economia de 4 a 5 reais gastos com medicina curativa. Outro ponto que despertou atenção dos prefeitos, foi a localização de uma estação de tratamento de esgoto, ou seja, no pátio de um PSF no bairro de Jurujuba em Niterói, a unidade opera com 95% de eficiência sem odor ou outro inconveniente. Este modelo tem capacidade para atender dez mil consumidores e foi considerado ideal para os municípios do Alto Vale. A empresa Águas de Niterói mostrou-se disposta a realizar orçamento sem compromisso aos municípios interessados em conceder os serviços à mesma. Mais Detalhes